Dificuldade de aprendizagem e necessidade de trabalhar estão entre os principais motivos de infrequência
A rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul registrou 9.210 casos de estudantes com infrequência escolar entre janeiro e maio de 2025. Quando consideradas todas as redes de ensino, incluindo municipal, federal e privada, o total de alunos que pararam de frequentar as aulas chega a 16.508.
Os dados são da Ficha de Comunicação de Aluno Infrequente (FICAI 4.0), sistema utilizado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, Conselhos Tutelares e escolas para mapear estudantes de 4 a 17 anos. O preenchimento do formulário é obrigatório quando o aluno falta cinco dias consecutivos sem justificativa ou apresenta 20% de infrequência mensal.
Na rede estadual, a principal causa apontada para a evasão escolar é a dificuldade de aprendizado, responsável por 1.946 casos. Outros fatores incluem a necessidade de trabalhar, com 1.419 registros, reprovação ou medo de não conseguir passar, com 1.270 casos, além da defasagem idade-série, com 1.155 ocorrências, e questões de saúde física ou mental, com 1.082 registros.
A promotora Cristiane Corrales destacou que há esforços para ampliar vagas em programas de jovem aprendiz, buscando oferecer alternativas para que esses estudantes permaneçam na escola. Programas como Todo Jovem na Escola e Pé-de-Meia também atuam como incentivos financeiros.
Atualmente, cerca de 43,6 mil estudantes da rede estadual são considerados em risco alto ou crítico de abandonar os estudos. O governo do Estado aposta na utilização de inteligência artificial para identificar e monitorar esses casos, criando planos de ação para evitar o abandono escolar.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, um em cada cinco estudantes do ensino médio que reprovaram em 2024 não retornou às aulas em 2025, o que representa 12.946 jovens.
