Comemorado neste 20 de maio, o sesquicentenário da chegada dos primeiros italianos ao Rio Grande do Sul celebra as raízes e tradições que moldaram a identidade cultural da região
A história do Rio Grande do Sul e da própria identidade brasileira está profundamente entrelaçada com a imigração italiana. Neste 20 de maio de 2025, o Estado celebra os 150 anos da chegada dos primeiros imigrantes italianos, que desembarcaram em 1875, na região que hoje corresponde ao distrito de Nova Milano, em Farroupilha.
Foi ali que as primeiras famílias — Tommaso Radaelli, Stefano Crippa e Luigi Sperafico — vindas da pequena localidade de Olimate, na província de Milão, fincaram os alicerces de uma trajetória que moldaria a cultura e a economia da Serra Gaúcha. A partir desse marco, o movimento migratório ganhou força e trouxe ao Rio Grande do Sul cerca de 84 mil italianos até o ano de 1914.
Os primeiros imigrantes eram, em sua maioria, oriundos do norte da Itália, especialmente das regiões do Vêneto (como Verona, Treviso, Veneza, Pádua e Rovigo) e da Lombardia (com destaque para Milão, Bergamo e Cremona). Mais tarde, também vieram famílias da Campânia, região que inclui cidades como Nápoles e Caserta. Essas populações buscavam no Brasil a oportunidade de reconstruir suas vidas após períodos de instabilidade e escassez na Europa.
Para recebê-los, o governo brasileiro criou colônias específicas, com foco na produção agrícola, principalmente uvas e vinhos. Municípios como Garibaldi, Caxias do Sul e Bento Gonçalves se destacaram como polos de desenvolvimento impulsionados por essas comunidades. Além da agricultura, a presença italiana influenciou fortemente a culinária, arquitetura, língua, fé e costumes locais.
O legado dessa imigração está presente até hoje. O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros com maior número de descendentes de italianos, e a cultura herdada dos imigrantes segue viva em festas típicas, no idioma talian, na gastronomia, na vitivinicultura e no espírito empreendedor que ajudou a construir a região.
Comemorando 150 anos de história, o Estado reafirma o valor dessas raízes que contribuíram não só para o progresso econômico, mas também para a formação de uma identidade plural e rica em tradições.