Medida vale por 120 dias e foca na ampliação de leitos e reforço na rede hospitalar
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul decretou, nesta segunda-feira (19), situação de emergência em saúde pública devido ao aumento expressivo das internações por doenças respiratórias, especialmente em crianças. A medida, assinada pelo governador Eduardo Leite, será publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (20) e terá validade de 120 dias.
A decisão foi motivada pelo avanço dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que somaram 4.099 hospitalizações no Estado em 2024, com 305 óbitos registrados até o momento. Entre as crianças menores de cinco anos, foram contabilizadas 1.374 internações e 10 mortes.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), a rede hospitalar deverá priorizar a ampliação de leitos clínicos e de UTI, com foco no atendimento de casos respiratórios. O decreto também visa evitar o colapso dos serviços de emergência, que já enfrentam filas e alta demanda.
Entre os principais vírus em circulação estão a influenza, a covid-19 e o vírus sincicial respiratório (VSR), este último responsável por 495 hospitalizações neste ano 95% delas em crianças com menos de cinco anos.
De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o número de hospitalizações por SRAG praticamente dobrou entre a Semana Epidemiológica 14 (194 internações) e a Semana 18 (392 internações). Na Semana 19, o número subiu para 451. Os dados da Semana 20 ainda estão em consolidação.
A gripe (influenza) teve crescimento de mais de 1.100% em poucas semanas: de 9 casos na Semana 14 para 116 na Semana 18. Em 2024, a doença já causou 526 internações e 43 mortes no Rio Grande do Sul.
Operação Inverno Gaúcho com Saúde
Para enfrentar esse cenário, o governo lançou a “Operação Inverno Gaúcho com Saúde”, com investimento de R$ 20,8 milhões. Os recursos serão repassados entre 30 de maio e 30 de junho para reforçar a Atenção Primária e o funcionamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Serão destinados R$ 13,65 milhões às UBSs, com foco na ampliação de horários, contratação de equipes e aquisição de insumos. Outros R$ 7,15 milhões irão para as UPAs, com repasses proporcionais à média de atendimentos por município.
