No último sábado, o cinegrafista Cris Mach registrou com drone três botos da espécie Tursiops gephyreus, conhecida como boto-de-Lahille, nadando próximo à plataforma de Tramandaí. Esses mamíferos marinhos estão ameaçados de extinção e são considerados patrimônio natural do Sul do Brasil.
Diferente do famoso golfinho-nariz-de-garrafa (o “Flipper”), o boto-de-Lahille é mais costeiro e vive apenas na região Sul do Brasil, Uruguai e Argentina. Existem cerca de 600 indivíduos adultos. Eles podem medir até 4 metros, pesar 400 kg e viver por até 50 anos.
Em conversa com o professor Ignácio Moreno, coordenador do Projeto Botos da Barra, da CLN/UFRGS – Campus Litoral Norte, aprendemos mais sobre essa espécie única e sua relação com os pescadores artesanais da região.
A pesca cooperativa entre os botos e pescadores na Barra do Rio Tramandaí é uma das poucas do mundo! Os botos cercam o cardume de tainhas e sinalizam para os pescadores o momento certo de lançar a tarrafa. Uma interação rara entre humanos e cetáceos que é passada de geração em geração.
O Projeto Botos da Barra atua em escolas, fóruns e eventos, além de participar da construção de leis que ajudam a preservar essa prática. A equipe é formada por biólogos, oceanógrafos, antropólogos, pescadores e voluntários apaixonados pelo mar.
Tramandaí tem uma legislação municipal que protege a barra do tráfego de embarcações, e a pesca cooperativa foi reconhecida como de interesse cultural pelo Estado do RS. É ciência, tradição e natureza caminhando lado a lado!
Se acontece, Jornal Metropolitano informa.